Um terço, ou 34%, da população brasileira nunca foi ao oftalmologista. É o que revela pesquisa Ibope divulgada recentemente. Segundo dados do estudo, o número chega a 44% entre as classes D e E, que compreende famílias com ganho médio de R$ 700 mensais.
Outro dado relevante é o de que 74% dos entrevistados assumiu visitar o oftalmologista apenas quando há clara necessidade de avaliar o uso de óculos ou em casos de incômodos na visão. Apesar da maioria negligenciar o atendimento oftalmológico, 28% revelou que sofrem de doença ocular e 61% conhece alguém com alguma doença que afeta os olhos.
“Os números preocupam, pois mostram que o brasileiro ainda não tem a prevenção como prioridade. Muitas doenças que levam à cegueira podem ser evitadas ou tratadas se não tiverem um diagnóstico tardio. É o caso do glaucoma, doença que deve afetar 80 milhões de pessoas no mundo até 2020”, alerta o oftalmologista Bruno Diniz.
O especialista destaca que a periodicidade do acompanhamento oftalmológico deve ser de, no mínimo, uma vez ao ano. “É um acompanhamento que começa desde a infância e, após os 40 anos, deve se intensificar”, explica Diniz.
No caso de pessoas com alterações oculares, a visita ao oftalmologista também deve ser mais frequente. Além disso, é importante ressaltar que a troca de óculos por aqueles que o usam só deve ser feita após consulta com o médico especialista.
A pesquisa foi encomendada ao Ibope pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e uma empresa da área da saúde. O estudo ouviu 2002 homens e mulheres acima de 16 anos.
Bruno Diniz é diretor clínico da Vistta Oftalmologia, especialista em retina, vítreo e catarata. É Doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo.